terça-feira, 16 de agosto de 2011

XXVI - Conversa Da Poeta Com Sua Amiga

Conversa da poeta com sua única amiga
Do sexo feminino
Sobre os últimos acontecimentos
Da feira:

"Por que você não casa com ele?" - entre risos.

"E você acha que eu não pensei nisso?
E não foi só do que eu me lembrei?
Mas ele não disse que me ama
Apenas que sou fofa
E isso pode ser até
Sinônimo de gorda!" - muito, muito séria.

Um comentário:

  1. Motivo

    Eu canto porque o instante existe
    e a minha vida está completa.
    Não sou alegre nem sou triste:
    sou poeta.

    Irmão das coisas fugidias,
    não sinto gozo nem tormento.
    Atravesso noites e dias
    no vento.

    Se desmorono ou se edifico,
    se permaneço ou me desfaço,
    - não sei, não sei. Não sei se fico
    ou passo.

    Sei que canto. E a canção é tudo.
    Tem sangue eterno a asa ritmada.
    E um dia sei que estarei mudo:
    - mais nada.

    (Cecília Meireles)

    Foi essa linda que abriu esse espaço. Não ser POETIZA. Ser POETA. Eu posso, só por causa dela.

    ResponderExcluir