segunda-feira, 19 de setembro de 2011

4 - Carinho

Hoje eu tive o sonho mais gostoso que eu já tive na vida... Eu era mãe.

Estava numa cama e minha mãe trazia a MINHA FILHA para mim, colocava ela nos meus braços. Eu estava morrendo de medo daquele serzinho - o que ele ia fazer comigo? Aí minha mãe abaixava minha blusa, expunha meu peito, para eu dar de mamar à MINHA FILHA. Apenas aproximei ela do meu peito, minha filhinha começou a chupar, com vontade, sua primeira refeição no mundo. Era tão linda, tão linda, tão linda. O amor que eu (já) sinto por ela é inexplicável. Depois que ela terminou de mamar, andei um pouquinho com ela no colo, minhas mãos sentindo a pele macia das costinhas dela... Eu cantava pra ela, ficava perto dela o tempo todo, pensava que tinha que ser a melhor mãe do mundo. Mas tinha uma dorzinha também - a de lembrar que ela cresceria e iria embora. Por que os filhos tem que ir embora? É muita ingratidão ao amor materno, que é infinito. Que tarefa ingrata, essa de ser mãe, que tarefa gostosa, prazerosa...

Eu nunca gostei de brincar de boneca. Mas sempre gostei de crianças, até mesmo quando eu era uma. Eu não podia (e não posso) ver bebês de verdade: eu queria colocar no colo, beijar, abraçar... Mas, por eu ser também quase uma bebê na época, ninguém deixava, o que rendeu algumas fotos com cara emburrada em aniversários...

Acho que meu corpo sabe. Ele quer parir, porque eu estou na idade de parir. Ele se preparou por milhares de anos pra isso...

Sei não, fiquei com essa certeza: de que serei mãe. Seja qual for a circunstância: serei mãe. Acho até que já sou.

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